A primeira vez que ouvi essa música, achei linda. De uma beleza tão rara que parecia encantada. Todas as vezes que tive contato com esse precioso som foi ao acaso: uma vez foi no metrô; Outra, durante uma sessão de massagem. E ainda teve uma vez que eu a ouvi como alarme do despertador do meu tio. Eu me lembro da sensação de ser acordada por essa melodia. Dei um suspiro tão profundo antes de abrir os olhos, que eu mesma me assustei. Fiquei extasiada.
Essa música sem nome, tornou-se uma das minhas favoritas.
Não faz muito tempo visitei o site do artista Gustav Klimt, e fui surpreendida por uma melodia muito parecida na abertura. Não era a mesma música, mas sabia que só poderia ter sido composta pela mesma mão. Eu estava certa! Ambas as composições eram de Erik Satie (França, 1866-1925). A música que tocava no site chamava-se Gymnopedie n°3 e o nome da minha música favorita é Gymnopedie n°1!
Fiquei tão feliz com essa descoberta como uma criança que acha um pequeno tesouro!
Erik Satie foi amigo de Debussy e Picasso, e gostava de assuntos esotéricos. Segundo a Wikipédia, Satie foi o precursor da música ambiente (musique d'ameublement), cuja meta é preenche o ambiente sem neutralizar os sons presentes no espaço.
Satie foi muito desprezado pelos críticos musicais de sua época. Eles alegavam que suas peças eram compostas com harmonias estranhas, pouco complexas e repetitivas. Técnicamente falando a crítica procede, mas a beleza de sua obra é inquestionável. É o triunfo da simplicidade.
Mais do que compor "música mobília", Satie compõe "músicas para alma".
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Este blog é um esforço lúdico para (re)elaborar a experiência amorosa. O amor na música, na memória, no cinema, na literatura, ou no "acaso".
É aqui que eu planto o meu silêncio e vejo brotar arte.
É aqui que eu me reinvento e abro espaço para o novo chegar.
Futures amores, sejam bem-vindos!
Leia o Manifesto.
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