Hoje me deparei com essa expressão portuguesa que há muito tempo não houvia: gajo fixe. Essa expressão é usada para marcar o tipo do cara legal, sedutor, que te faz rir e sabe falar sobre tudo. Esse tipo de "gajo" te leva ao suspiro...Durante esses três dias estive com um "gajo fixe". Ele era o cara dos sonhos. Soube ser "certinho" ou "malicioso" nas horas certas.
Não me senti nem Teresa, nem Sabina. Definitivamente não se tratava de uma história do Milan Kundera. Mas eu me senti diferente: eu me senti dona e senhora de mim.
Em nenhum momento em que estive com ele me senti um objeto. Ele não me tratava como mais uma na sua estatística amorosa (mesmo que eu fosse). Ele estava comigo e estava inteiro (apesar de às vezes ficar tenso na praia com medo de ser assaltado. rs).
Nem o problema da língua atrapalhou... Rimos um bocado. Ele falou mal dos companheiros de quarto e eu reclamei dos caras que não cheiram bem... E ele respondeu: "Fica tranquila! Eu tomo banho!" Rimos, rimos muito. E quando não estava rindo das histórias sobre os amigos loucos dele, estava rindo com as cócegas que ele me fazia... (Descobriu meu ponto fraco!)
Além de ensinar a dançar samba, comer churrasco com guaraná, ensinei a ele a nossa modalide de beijo. Com mais língua, com mais intensidade, com mais calor... E ele logo aprendeu a variar o beijo: da mansidão à tempestade.
Esse "gajo fixe" já se foi, mas foi bom termos ficado juntos esses dias. Eu tinha me esquecido de como era bom andar de mãos dadas na rua, ganhar beijo na testa, levar um "xero" daqueles no cangote... Tinha me esquecido de como é bom receber gentilezas, afagos inesperados, dançar juntinho sem música...
Quando na despedida eu disse "você terá boas histórias para contar para os seus amigos", ele disse "esse tipo de história é particular. É só nossa". Achei bonito (mesmo que ele tenha dito isso apenas como "frase de efeito").
Vou sentir falta desse "gajo"... Do cheiro, do cabelo fino de anjo, da risada grave, das histórias sobre tubarão...
Ah, os tubarões... Esses doces tubarões...
12 de ago. de 2009
Crônica de um "gajo fixe" ou histórias de tubarão.
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Priscila
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Fragmentos de um discurso amoroso
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É aqui que eu me reinvento e abro espaço para o novo chegar.
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