Essa noite corri terrenos pedregosos, mas, ao amanhacer, o cenário mudou.
Encontrei um amigo que se despedia. Estava bem, iluminado. Pedia que eu levasse um abraço e partiu...
Comecei a caminhar por estradas verdejantes, bem diferentes da madrugada, até chegar a uma casa simples e cheia de flores. Ele estava lá: sentado no banco do jardim, olhando para o chão, com seus olhos tristes e melancólicos. Passei a mão em seus cabelos e disse: -- Ânimo! Venho te trazer um abraço de alguém muito querido que partiu. Ele se aninhou em meus braços como criança e ali ficou por um longo instante. Ele sentia saudade. Tanta saudade, que o seu coração era só lembranças. Não via a luz do sol daquele dia frio e amoroso. Não sentia o perfume das flores, nem o sabor do abençoado alimento. A saudade o paralisou no passado.
Meu abraço era de tamanha grandeza que ultrapassava o meu ser: nunca senti um amor fraternal tão intenso.
Ele acordou do doloroso transe.
"Onde você esteve durante todo aquele tempo?"-- ele perguntou. Como dizer? Nem eu sabia! Não conseguia me lembrar de onde eu os conhecia! Mas, por alguma razão, eramos todos próximos, todos uma família. Sorri apenas e voltei a abraçá-lo.
Coloquei-o para dormir, como as mães fazem com os pequenos. Cantei, bejei sua testa e acordei levando comigo as sensação de ter estado perto de pessoas muito queridas.
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Sobre o blog
Este blog é um esforço lúdico para (re)elaborar a experiência amorosa. O amor na música, na memória, no cinema, na literatura, ou no "acaso".
É aqui que eu planto o meu silêncio e vejo brotar arte.
É aqui que eu me reinvento e abro espaço para o novo chegar.
Futures amores, sejam bem-vindos!
Leia o Manifesto.
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