FUTUROS AMORES

Um blog sobre amor, arte e acaso.

24 de fev. de 2012

Pela metade...

Postado por Priscila |

Em tempos de crises e recessões, existe uma economia sentimental que segue uma tendência curiosa. Vejamos alguns exemplos:



[Caso 1]

—Nossa, como é bom te ver! Passa o número do seu telefone para a gente se falar?



Nesse instante o tempo congela, a pessoa pensa duas vezes antes de passar o telefone, mas ao mesmo tempo, na solidão do seu quarto reclama a falta de ligações.



[Caso 2]

“Caro amigo, tenho saudades de você. Enviei alguns e-mails, mas você nunca mais me respondeu. Agora que te achei, poderia me mandar novamente seu endereço eletrônico?”



A pessoa em questão encaminha o e-mail “plano B”. Ou seja, aquele que dificilmente acessa, ou que deixa de “stand by” para manter a privacidade...



Ah, a privacidade! Que palavra curiosa! Refletindo a partir de alguns exemplos entendi que, hoje, “privacidade” é aquele espaço em que ninguém, além do próprio, deve entrar, pois é um local para exercício do egoísmo individualista. Também reconheci outras ideias ligadas ao termo, tais como a “meia verdade”, ou a famosa omissão, que quando questionadas são rapidamente rebatidas com o termo “invasão de privacidade”.



Talvez eu seja ingênua, pois entendia privacidade como aquele local de silêncio onde nos recolhemos para meditar, e não para nos esconder.



Eu sei, eu sei... Estamos na sociedade do espetáculo e nunca houve tantas “exibições” como hoje... Mas não estou falando disso... O que eu me refiro é aquele espaço de troca e não da relação espectador-espetáculo.



Enquanto isso, eu reconheço rostos, mas não sei quem são...

1 comentários:

Juliana Lima disse...

Bom texto, você já assistiu ao filme "Medianeiras" ? Ele retrata bem essas relações virtuais e a ausência de verdadeiras trocas dialógicas entre a sociedade atual.

Abraços,

Juliana

=)