-- Você tem sorte!
Disse o jovem rapaz de sorriso largo e iluminado.
-- Eu teria sorte se tivesse achado um milhão ao invés de centavos.
Os dois riram.
-- Mas quantas pessoas acham moeda nas ruas? Já parou para pensar?
-- Nunca tinha pensado nisso. Eu não ando por aí olhando o chão para achar moedas... eu simplesmente ando.
-- Tudo bem. Não é pecado.
Os dois deram uma risada suave.
-- Tá esperando uma carona?
-- Sim. E espero que chegue antes que a chuva caia.
-- Você tem sorte, esqueceu?
Ela riu duvidando. E a dúvida combinou com o tempo que começava a chuviscar.
-- Acho que você estava errado.
Os dois riem.
-- É. Acho que o jeito é esperar dentro do shopping.
-- Não posso.
-- Então, acho melhor você abrir o guarda-chuva.
-- Não tenho. Esqueci em casa...
-- Eu disse que você era sortuda. Toma. Fica com o meu.
-- Minha mãe disse para eu não aceitar guarda-chuva de estranhos.
Os dois riram da brincadeira.
-- Obrigada! Tem certeza que não te fará falta?
-- Nem um pouco.
O homem começou a se distanciar, caminhando em direção a entrada do shopping. Quando a jovem moça gritou:
--Ei!
-- Diga!
-- Toma a minha moeda da sorte. Quem sabe você não tem mais o azar de perder o guarda-chuva para uma estranha?
Os dois riram, e junto da moeda seguia o número do telefone dela.
-- Bem -- pensou ela -- tomare que ele me ligue antes que a chuva caia...
A chuva não caiu, mas ainda sim, ele ligou.
*** Trilha sonora: Lisa Ekdahl - Stranger on Earth***
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