FUTUROS AMORES

Um blog sobre amor, arte e acaso.

2 de mar. de 2010

O tamanho que somos.

Postado por Priscila |

1- Pensando como Alice

"(...)desta vez Alice encontrou uma pequena garrafa sobre a mesa ("que certamente não estava sobre aqui antes", disse Alice) e amarrada ao redor do gargalo estava uma etiqueta com as palavras "BEBA-ME" lindamente impressa em palavras grandes. (...) E ela bebeu rapidamente.

"Que sensação estranha", disse Alice. "Eu devo estar encolhendo como um telescópio!"

(...) ela esperou alguns minutos para ver se ainda iria encolher mais: ela sentiu-se um pouco nervosa em relação ao fato "porque isso pode resultar, você sabe", disse Alice para si mesma, "em eu sumir como uma vela".

(...)"Vamos, não há razão para chorar assim", disse Alice. Eu lhe aconselho deixar isso pra lá neste minuto." Normalmente ela se dava bons conselhos (embora raramente os seguisse) e às vezes repreendia-se tão severamente que chegava a ficar com lágrimas nos olhos, e uma vez ainda lembrava-se de ter tentado boxear suas próprias orelhas por ter trapaceado consigo mesma em um jogo de críquete que jogava com ela mesma, pois essa curiosa criança gostava de fingir ser duas pessoas.
"Mas não adianta agora", pensou a pobre Alice,"querer ser duas pessoas! Porque é suficientemente difícil para mim ser uma pessoa respeitável."

(...)Logo seu olho caiu sobre uma pequena caixa de vidro que jazia sob a mesa: ela abriu-a e encontrou um pequeno bolo, no qual a palavra "COMA-ME" era lindamente inscrito. "Bem, eu vou comê-lo", pensou Alice, "e se isso me fizer crescer, ótimo".

Alice comeu um pedacinho e disse ansiosamente para si mesma."E agora? E agora?", colocando a mão no topo da cabeça para sentir se estava crescendo. Ela ficou surpresa ao perceber que permanecera do mesmo tamanho. Para falar a verdade, é isso o que normalmente acontece quando se come um bolo, mas Alice já estava acostumada a não esperar nada senão coisas extraordinárias acontecendo, quando as coisas aconteciam de uma maneira normal parecia uma chatisse.

(...)Como não aconteceu nada, a menina não demorou a comer o bolo todo!

"Que curioso! Que curioso! Agora eu estou esticando como o maior telescópio que nunca houve!" disse Alice.

"Puxa! Puxa! Como tudo está tão estranho hoje! E ontem as coisas estavam tão normais! O que será que mudou à noite? Deixe-me ver: eu era a mesma quando acordei de manhã? Tenho a impressão de ter me sentido um pouco diferente. Mas se eu não sou a mesma, a próxima questão é "Quem sou eu?" Ah! esta é a grande confusão!"

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2- À moda Martha Medeiros

A FITA MÉTRICA DO AMOR - Martha Medeiros

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

1 comentários:

continuando assim... disse...

convite para seguir a história de Alice , lá no --- continuando assim --- ainda vai no princípio :) espero que gostes

bj
teresa